21.11.07 ##
caminhava com pés de fúria vulcânica.deixou o sonho na buceta materna.pensou que o mundo era um véu de formigas,e que seus dentes apodreceriam e sua boca se encheria de musgo.queria ter tripas de clips.como se trançasse o brilho prateado dos objetos que deixam os papéis mais compostos.
passou o tempo na claridade pra lá de vitrais.seu peito virou uma pedreira e seu sexo feito de esmeraldas.
lírios negros enfeitavam os cabelos brancos.e ela sentia o cheiro de urina enfeitar o ar.e os meninos entravam e saíam por sua boca e cu.ela pariu humanidades em um suspiro que a fez morrer.
e encontrou chiqueiros nos olhos dentro do espelho.freqüentava seu próprio corpo com facadas.e lambia o sangue para menstruar.
ela pensou tanto em ônibus coloridos e propagandas que enfiou a mão no peito e tirou
o coração mais anêmico e parado e sonoro
que coração de feto.