Nada nos pertence

Nunca cheguei a ter-te neste nível da vida

Porque simplesmente o eras de outrem

Tanta ilusão, tolices eu tive, até fui a lida

Não me pertencias! eras sim de outro alguém

Vagueei no tempo e por lá fiz muita coisa

Fui vendedor, fiz de aprendiz, fui bobo e até Rei

Empalhei garrafões, vindimei, me chamusquei

Foi um sei lá de profissões, mas de nome nunca mudei

Mudar de nome é como nos tirarem a identidade

Nos chamarem de Ptolomeu, Eros ou mesmo Gentil

Queria isso sim teu coração sem reservas nem piedade

Desejava ter teu sonho para eu guardar, no meu covil

Mas infelizmente não era possível, em nada devia mexer

Pertences a outro autor que te adoptou e por ti se afeiçoou

Para quê sofrer de alto se sozinho o sei, posso e devo fazer

Foste, nada há mais a fazer, foi passado, era lindo acabou!

Ali está nossa sina! está traçada, nada a pode desviar

Já foi bom ter-te conhecido, destino ou não tudo acabou

Acabou o que tanto desejava, veio alguém para te levar

Deu tempo só para dizer adeus, pois aqui tudo se findou

Autoria: A. Manuel de Campos

Alberto M de Campos
Enviado por Alberto M de Campos em 03/12/2007
Código do texto: T762602
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