Devaneio

Estou com dor de cabeça

Estou com um pouco de sono

Estou com tédio e sem dono

Estou no braço da mesa

Estou em toda beleza

Em todo breve suspiro

Em cada estalar de língua

Em cada som de um tiro

Em cada vil devaneio

Em cada estrofe sem verso

Estou em cada esquina

Das ruas deste universo

Estou em cada menina

E em sua pupila cansada

Estou em falta e não falta

Quem me esqueça e me largue

Eu sou o fim dessa tarde

O escuro da madrugada

Eu sou o bem que te quebra

Eu sou a tua namorada

Sou caneta azul da tinta

Sou carro preto da porta

Eu sou a flor do deserto

Eu sou o alface da horta

Eu sou o longe de perto

Eu sou a vida já morta

E eu sou todo o aberto

Que o fechado comporta

Jônatas Da Silva
Enviado por Jônatas Da Silva em 22/06/2023
Código do texto: T7819831
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