Verso enigmático (Terceto)

Vagueando etéreo por entre arrebóis

Provindo do ventre de uma nebulosa...

eis-me aqui rebento! o verso enigmático!

 

prossigo fatigante por entre quasares...

À égide do universo, numa busca incessante...

ladeado dum silêncio insepulto, melodramático!

 

Hipnotizado pela poesia, perdi-me pelo caminho

carreado pela pujança de seus versos...

Alexandrinos, bárbaros e controversos.

 

E do verso inverso à poesia emérita...

por entre buquês de rimas e samburás de métricas,

Debulha ancoradouro... um soneto cadenciado.

 

 

GLOSSÁRIO:

 

- VERSOS BÁRBAROS: São  versos com 13 ou mais sílabas métricas.

- VERSOS ALEXANDRINOS: São versos com exatas, 12 sílabas métricas.

- SÍLABAS MÉTRICAS: Constituem cada uma das sílabas que compõem os versos de um poema. São contadas de forma diferente da maneira como contamos as sílabas gramaticais.

- QUASARES: São objetos extragaláticos muito brilhantes e muito distantes. Tem aparência pontual como de uma estrela.

- NEBULOSA: Nuvem de matéria interestelar.

- EMÉRITO: Prestigiado; afamado.

- SAMBURÁ: Cesto.

- ÉGIDE: Refúgio; guarida.

- REBENTO: Aquilo que se produz; filho (figurado).

- ARREBOL: A hora em que o sol está surgindo ou sumindo no horizonte.

- ETÉREO: Celeste; elevado; puríssimo (Figurado).

 

 

NOTA DO AUTOR: Totalmente inspirado num soneto, denominado "Vozes da poesia", de autoria da poetisa Sonya Azevedo.