Novembro II
Ele voltou...
Novembro em toda sua fúria.
Tropeço em seus instantes e cáio horas depois.
Ele trouxe consigo aquela velha chuva
pra lavar aquele louco amor.
Mesmo sem poder,
eu sinto as palavras engasgadas na garganta.
E enquanto eu admito o frio,
novembro chove lembranças dentro de mim.
Eu não posso mais correr...
Eu não posso mais dizer que não dói.
Também não quero dizer que sinto muito.
Dane-se!
Novembro abre as portas sem minha permissão.
Revira as gavetas em busca de momentos e risos.
Pega o violão e me paraliza tocando sempre aquela velha canção.
Outra vez eu admito o frio.
E quanto mais frio sinto, mais chove...
Mais escuro fica...
Mais momentos revivem...
E menos risos tenho.
Saio correndo do quarto trancando a porta atrás de mim...
Não adianta.
Lá fora ainda chove.
Lá fora ainda é noite.
Aqui dentro os momentos pulsam.
Novembro está aqui...
E com ele, o temporal.
E com ele, aquele frio e quebrado amor...
Algumas coisas realmente não se pode evitar.
Eu não queria que chovesse tanto...
Eu não queria sofre por isso...
Mas novembro voltou.
Triste e tempestuoso...
Apossando-se de meus medos e os tornando reais.
Ele voltou feito um conto de terror...
Voltou.
E não veio sozinho...