Enviesado
Caminhando enviesado
Na calçada do meu ser,
Cai-me e rola outro bocado
Do veículo de viver.
Debruço toda a atenção
No pedaço fugitivo.
Jaz sem vida p'la razão
que sem ser não é ser-vivo.
No espaço que ele deixou
Regenera-se mais vida.
O meu olhar lá entrou,
Mas só vi a sua ida.
Imagino lá por dentro
O que estarei a imaginar.
Concentro-me no meu centro
Que se apressa em se afastar.
Dou a volta a mim e vejo
Aquilo que me transporta.
Só que é ver-me o que eu desejo!
Digo adeus e fecho a porta.