APREENDIDO

Sou poeta,

Sou músico,

Sou notívago.

Vivo nas noites,

Minhas noites...

Com cheiro de ¨Damas¨,

¨Damas da noite¨.

Cruzo ruas,

Dobro esquinas,

Esquinas da minha vida,

Epicentro da minha explosão.

Erupção,

Ebulição,

Forjada ebulição...

Abolição!!!

Abro a lição,

E perco o sentido.

Sou sombra da minha sombra,

Sou o barulho dos meus passos

Na calçada.

Eco do meu ego,

Particípio passado

Da minha sub-existência.

Sempre tentando aprender

A chegar onde nunca vou estar.

Sou Jean Baptiste de Grannoille,

Ficção literária,

Um mito sem perspectiva,

Podridão da minha era.

A peleja do meu “eu”

Contra o meu “eu”!

Sou eu:

Poeta,

Músico,

Notívago,

Explosão,

Erupção,

Ebulição,

Sombra,

Barulho,

Eco,

Ego,

Particípio passado,

Jean Baptiste,

Ficção,

Mito,

Podridão e peleja,

Que no meu travesseiro macio,

Tento fugir

Do amargo fel dessa apnéia.