Mãe das Águas

O rosto era de menina,

As inquietações; da humanidade...

O olhar sonhador, quase insano.

Na cabeleira castanha, a luminosidade

Das águas...

Olhei surpresa, para os astros,

Que se atropelavam, em sua carta natal,

Onde pareciam afogar-se,

No oceano cósmico.

Mãe das águas; pensei .

De Netuno vi escorrer um pequeno

Filamento, que se infiltrava

Por entre rochas que se erguiam

Pontiagudas, como se fora armas...

Mas na frente, um regato se formou...

Água limpa, cristalina

Por compaixão foi se unindo a outras águas,

Sem se importar com as impurezas...

O regato cresceu se tornou rio

E de tão grande perdeu o curso

E pelos atalhos ainda vai curando...

Na ânsia de achar o rumo é cruel

Machuca e se deixa machucar,

Parece que esqueceu: a água é livre.

Se prisioneira, apodrece, morre...

Melhor, torna-se nuvem

Voar em busca de outros cursos

E encontrar-se, sempre mais alto.

Talvez em algum recanto

Do infinito e finalmente navegar

Em seu mar de idéias, que se sabe grande.

Jacydenatal

08/10/2008