O DINAMISMO DAS FORMAS MENTAIS

Juliana S. Valis

Quando contemplo as dimensões de tudo,

Parece que vou logo mesmo me encontrar:

Em algum lugar que seja inconstante e mudo,

Em algum local dinâmico, entre a terra e o mar,

No lento desabar do "ser" neste absurdo

Que é o próprio mundo, sem nos perdoar !

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Ah, se permitissem as mais simples estrelas,

Desse universo tão misterioso e transcendental,

Que a mente pudesse flutuar logo mesmo, ao vê-las,

Talvez a luz ultrapassasse a barreira temporal,

E talvez fosse menos "carnal" a visão de não trazê-las

Ao pequeno espaço que habitamos nesse litoral !

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Contemple, pois, o dinamismo das inúmeras formas mentais,

Artísticas, atômicas, atrevidas e antenadas;

Como se o silêncio guardasse, em si mesmo, a paz,

Como se, jamais, a dor atingisse as mentes tão fechadas !

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E quando eu olho as dimensões da vida,

Aprofundo, sim, uma visão da alma,

Como um labirinto pedindo uma saída,

Nesses movimentos da imprecisão que acalma

Tantos sentimentos, numa emoção contida,

Tantos pensamentos que só estão na palma

Do coração que o tempo já convida

A mergulhar no enigma do amor sem calma.