Eu não sou poeta, sou louco

Não vejo poesia em mais nada.

É só um amontoado de palavras

Desconexas.

Uma tentativa de auto-afirmação:

Eu sou poeta! Eu sou poeta!!!

Eu não sou poeta.

Sou homem,

Sou louco,

Sou nada irmanado com coisa alguma.

E como homem, louco e nada

Vivo, mato, morro,

Beijo, mordo, copulo...

Caio, levanto, corro...

Grito

Pela vida no vale da sombra da morte,

Apago

As chamas do inferno com um copo de água benta,

Recrio

O mundo à minha imagem e semelhança.

E vendo que tudo isso é bom,

À tarde ou à manhã do primeiro dia

Chego a um orgasmo psicológico.

E nos outros dias, descanso das obras de minhas mãos.

Daniel Barbosa