EPIFANIA ALUCINÓGENA

Senhor é o fim.

Eu sei que o Senhor também sabe.

Eu também sei que é o fim.

Todos já se foram

E o que foi não será.

As chuvas enterram o verão.

A areia enterrou nossa vida

Sofrida e presa ao chão.

Da uva não se faz mais vinho.

Do chão só cresce desilusão.

O tempo passa.

A chuva passa.

A onda passa.

Fica somente o chão.

Nada dura.

A dor perdura.

Governos caem.

Minha mente voa.

O Senhor sentado, imóvel,

Suspenso no ar.

Os amores acabam.

As pessoas definham.

O céu muda de face.

O sol desce,

A lua sai.

As estrelas brilham e

Estão tão longe.

Os pirilampos brilham

Como as estrelas e

Estão tão perto.

As ondas eletromagnéticas

Transpassam o meu corpo,

Como a luz a sombras.

Eu me vingo,

O Senhor me perdoa.

Eu choro,

O Senhor se vinga.

A cabeça confusa

Mergulha em suas poucas certezas.

O coração aberto sofre,

Com a crueldade

Das fortes tempestades.

O Senhor cavalga nos relâmpagos,

Eu sobre as mulheres,

Relâmpagos contidos em vasilhames

De barro.

O Senhor é desde sempre.

Eu me lembro de sempre existir.

Será?

Meu Deus! Será?

Meu Deus!

Eu sou Deus!

Felipe Duque
Enviado por Felipe Duque em 09/12/2008
Código do texto: T1326328
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.