Entre Chico, Ariano, Azevedo, Eça, Gil Vicente Camões e Manoel Antonio de Almeida.

Entre Chico, Ariano, Azevedo, Eça, Gil Vicente Camões e Manoel Antonio de Almeida.

No primeiro alvorecer de outubro.

Primavera ainda tão inverno.

Leio Chico seu olho estorvo e mágico.

Entre duas cidades e um sargento cômico trágico.

Oro Camões, comungo Ariano.

Tenho os lírios a estação e o campo.

Numa cidade entre serras e praias.

Onde duas barcas espreitam a laia.

Gente reles de cortiço, baixo clero.

Onde o Bispo e o padre perdem o credo.

Pisoteiam os jardins da santa igreja.

Onde o falso “capitão” canta e bafeja.

E o Auto e as barcas do inferno.

Tem um anjo e o capeta vil enfermo.

Uma atola com o peso tão hipócrita.

Noutra o tolo e o anjo trocam hóstia.

Os quatro apocalíptico cavaleiros.

Defensores como tolos, como anjos.

Tocam harpas, cantarolam com seu banjo.

Singram mares e desbravam oceanos.

E o cortiço entre lírios serras e campos.

Protegido por sargento de milícias.

Sem estorvo no auto da compadecida.

Seguem rumo ao paraíso dessa vida.

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 23/12/2008
Reeditado em 29/06/2011
Código do texto: T1350246