Pato Manco.
PATO MANCO.
Olhando esse lago imenso.
Que espelha a luz do congresso.
Reflexo de formas ousadas.
Imenso espelho de águas.
Que pariu os grilhões da maldade.
Exilando Oscar e seus pares.
Atrasando a febril caminhada.
Por Czares e generais de brigada.
Mais ali, Juscelino plantou.
Com cimento e a alma de aço.
Com tijolo, argila e amor.
Sem ligar para a fome e o cansaço
Com o Lúcio de “Costas” pro frio.
As mangas enroladas no braço.
Bandanas coloridas na cabeça.
Contra o tempo, até que amanheça.
Muitos anos passaram e ficou.
O reflexo no espelho do lago.
Foram-se alguns outros ficaram.
E grilhões que aos poucos cederam.
Generais que emudeceram.
Sob a força do grito do povo.
Sob o brado das Caras Pintadas.
Pois è nossa a rampa do novo.
Hoje olho no reflexo do lago.
O defeito no pè desse pato.
Que subiu minha rampa capenga.
E não sabe cantar sua lenda..
Sem bandana ele usa boné.
Toma vinho em vez de café.
Vai a Roma falar com o Papa.
E a igreja na roça desaba...
Há! Pato manco de muleta...
Onde é o teu lago no planeta!