Ato feito

Minhas mãos cravaram as unhas no ar

e fez-se sangue na transparência

a que mostrava sua imagem

esperei a eternidade de algumas horas

formulei meu discurso de desculpas

e assim que decidi falar

o grito espantado lento seco

fartou a língua leve

na qual faltaram freios

esbarrou-se nos dentes

tão alvos os tais alvos!

cravou-se silêncio nos ouvidos alheios