Uma Outra Visão

O desalento do momento atordoa em demasia

Vozes nefandas enviando comandos

Partes de fragmentos d'alma em poesia

Com sinistras auras conectando

Que fazer c'a vazia impotência do ser

Estando a gigantes malevolentes à mercê?

Diriam loucura, alienação, aberração

Quem não experiencia no ato essa pressão

Lamúrias fluentes, eloquentes, alheias

Invadindo nervos e sistema autônomo

Daria com graça o louvor a quaisquer idéias

Que levassem à origem e lhe dessem sono

Como livrar dos que já sem vida

Atravessam a abstração impondo-se no real

Se contar nunca seria a saída

E sem chance obteria d'um vivo o aval?

Distante é o mundo dos mortais

Da abundância às misérias materiais

Infelizes seres alienados de sua condição

Agindo como animais no que nomeiam civilização!