SILÊNCIO FATAL

Quando as palavras já não mais cabem,

Quando partir para nunca mais é iminente;

Quando você não sabe o que todos sabem,

Que tudo ruiu num instante, infelizmente.

Nenhuma imagem é tão cruel quanto ver,

Quem se ama indo, num caminhar lento;

E se tem a certeza que não pode mais ter;

Ciente de que depois é somente sofrimento.

Quando o que se vê é tão somente destruição,

Irremediavelmente, sem nenhuma apelação;

Quando diluem e se derretem os argumentos,

Nada mais resta senão uns tristes lamentos.

Quando restou apenas o silêncio cortante,

De tudo o que não foi dito e que poderia;

Ser devidamente explicado, quem imaginaria,

Que tudo acabaria como acabou, num instante.

Lúcio Astrê
Enviado por Lúcio Astrê em 19/10/2009
Código do texto: T1876073
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