Nebulosa Ninfa

Com os elos de vaporosos perfumes,

e os alentos de pássaros-lumes,

dos anelos dos amores mais veros,

escolho-te, ó Ninfa almiscarada

e distante, da mais distante

das Nebulosas errantes...

Onde mais floresceriam tais

emanados vagamundos-jardins,

tão mais nobres e mais encantados,

tão mais adoravelmente adornados?

Com os suspiros ainda mais tenros,

elevo-me em novos alados-encalços

sabendo-te mais em mim, ó Ninfa,

pois quão mais de mim te distas,

mais dos meus ardores te aproximas...

Ó, ser de absurdos adorados!

Ó, tremor das minhas mãos ao tremer !

Suplico-te tesouros e resgates

e o sabor da união peticionado

em rubros lábios sangrados...

Ah, Ninfa-liberta e intocada,

antes só os poetas se amassem...

ou antes os segredos

mais doces do universo

jamais a nós se revelassem...