O ROXO CLARÃO DA MORTE

ICOPERE - COIMBRA "O PEREGRINO"

Longos trechos caminhei / em muitas noites a conter

Numa delas eu vi algo / como sendo um amanhecer,

Quando uma estranha luz / no horizonte pude ver!

Seu clarão me atraiu / e fui perto observar

O que significava / tal luz ali clarear!

O que vi de perto, foi mesmo / coisa de arrepaiar

Eu muito me admirei/ pela observação,

Bizarras paisagens eu vi / como se fosse a visão

De um submundo oculto / composto de tentação

Além das toscas paisagens / outras formas apareceram

Eram homens e mulheres / cujas vidas feneceram,

As imagens denotavam / que em algum tempo viveram

Havia pranto e dor / dos que ali se ajuntavam

Muito arrependimento / porém tarde retratavam,

A perdição e suplício / agora ali desfrutavam

Pagando as penas no inferno / num eterno merecimento

Pois não deram valor à palavra / que anunciava o livramento

Que através de conselheiros / bradaram com sofrimento!

Eu fiquei a contemplar / a estranha luminosidade

Naquele lugar terrível / tinha roxa claridade

Era o clarão da morte / com brilho de crueldade

Como um filme de cinema / só composto de terror

Um pesadelo obscuro / terrível e cheio de horror

Mas era a realidade / pra quem foi merecedor

Imaginemos o inferno: / um profundo buracão,

Onde não existe vida / mas muita tribulação

E o arrependimento é parte / da terrível aflição

***

Desfrute, ó humanidade / deste mundo degradante

Porém tendo consciência / que haverá outro horizonte,

Onde quem pecou, vai pagar / com sofrimento constante

Morte ali não existe / porém vida com sofrimento

É mesmo um castigo dado / como eterno pagamento

Não ouviram os conselheiros / despresando o ensinamento…

…Que Deus criou este mundo / para um grande ascenção

Reconduzir ao céu / quem cresse na salvação.

Mas se engodaram com o prazer / desprezando a benção.

Por isto irão eternamente / a um lugar de maldição!

ICOPERÊ – MENSAGEIRO DE LUZIRMIL