O resto é resto...

Posto que a noite brilha

E o silêncio clama reflexão...

Posto que o fogo consome

Lembranças vãs,

que vêm e não se vão...

Há um vago mundo

Por onde clamo a razão...

E uma dor lenta afaga meu peito

Como punhal e pena em meu coração.

A verdade hoje sei:

Não fui, não sou, nem serei santa não...

Mas o martírio de outrora me fez Senhora,

dona de minha emoção.

E não mais fartará como pão

Minha lapa de misérias e mistérios,

Pois não sou mais a mesma não.

Consisto-me forte e leal,

Comigo, com meu irmão,

Visto que aprendi a ser

A voz que comanda o coração.

O resto é resto, mais nada

E nele será posto concreto

Para que o mundo abjeto

Seja, enfim, resíduo manifesto.

Isa Resende
Enviado por Isa Resende em 28/09/2010
Reeditado em 29/09/2010
Código do texto: T2526624
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