PASSAGEM
 
... parece que o vento macio
murmura por entre as árvores
seu canto de pétalas:
 “... estar aqui hoje...
agora...
não mais amanhã...”
 
 
Ah, portal dos deuses
Que aprisiona o tempo
Nas suas entranhas...
Escuta o eco do meu coração
Que chama pela vida
Com os olhos do ontem...
 
O silêncio precisa ter ouvidos
Para acalentar sonhos de Andrômeda
Enquanto vagueia pela pele
A efervescência diáfana do paraíso perdido
 
[Mephisto levita pelas sombras de luz
Roubando as ilusões de almas acorrentadas...]
 
Meus passos viajantes
Peregrinam pelas fronteiras do incógnito
Seguindo o sol a cada dia
Sempre para o ocidente...
Inapelável e
Inexplicavelmente
Sem volta,
Sem ternura,
Sempre...
 
        Vinhedo, 3 de outubro de 2010.
Benevides Garcia
Enviado por Benevides Garcia em 10/10/2010
Reeditado em 10/06/2016
Código do texto: T2548328
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