APROVEITANDO O TEMPO QUE ME RESTA!

Na máquina do tempo vou cosendo versos

Perversos botões que enchem rimas tristes

Existem agulhas que furam a paciência

A ciência não inventou máquina tão perfeita

Feita de mistérios, sonhos e mil caminhos

Carinhos pra uns, tapas pros outros, labutas

Astutas declarações do romance ordinário

Otário é quem essa máquina não opera

Esfera que gira pra todos é o nosso mundo

Profundo desfolhar de anos; a vida passa

Desgraça, eis a velhice inevitável chegando

Anunciando que nós paramos, a máquina não

Invenção da morte, metamorfoses, espíritos

Ritos da máquina do tempo que dita o destino

Do menino, do moço, do velho, enfim da vida

Querida quando ela vem, triste quando ela vai

Ai de mim! Enquanto a vida não chegar ao fim

Eu vou cosendo versos na máquina do tempo

18/05/2009 - D I L S O N - N A T A L / R N -