Antes que chegue a paz

ANTES QUE CHEGUE A PAZ

Um câncer rondava as ruas vizinhas e queria aninhar-se no meu quintal.

Vinha perto da lágrima que escorria...

Eu sofria a sua aproximação e erguia a minha mão a suplicar socorro.

Almejava curá-lo com o meu amor que transbordava.

Era uma mistura exótica de sangue e perfume que inebria.

Eu chorava e ao mesmo tempo sorria.

A parte que me cabe neste latifúndio,

Tem um gosto e um cheiro intimo e pessoal...

Um portal, mais que virtual, se abre à minha frente,

Cheio de cores, quando conecto os sonhos...

Mas quando abro os olhos, nem sempre vejo a paisagem colorida...

Há tanto amor e tanta estrada para construir

Antes que eu possa usufruir a plenitude da paz,

Que ainda jaz latente em mim!...

Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 14/11/2006
Código do texto: T291306