Meu Rosto
Eu nunca vi o meu rosto face a face
Nem tua história sobrepujada em meu ombro
Só a minha história em teus braços
Que eu vos assassinei
Nunca, ou ninguém
Face algum encanto, ou mero desespero
Se veiculou com tal veia criativa
Ou cara a cara com a memória
Que só a ti engendrei...
Nunca vi ninguém amar o próximo
Sem necessidade de a si mesmo
Pensei na minha memória ultrapassada
No teu contexto desesperado
De ler e rir de um acaso que foi teu
Em maldita hora, eu ajudei
A quem eu nunca me quis amar
Para confundir-se quem é
Com aquilo que nunca se foi
Por nunca ter me visto face a face
Nem perguntado: por onde fui parar?