Meu Rosto

Eu nunca vi o meu rosto face a face

Nem tua história sobrepujada em meu ombro

Só a minha história em teus braços

Que eu vos assassinei

Nunca, ou ninguém

Face algum encanto, ou mero desespero

Se veiculou com tal veia criativa

Ou cara a cara com a memória

Que só a ti engendrei...

Nunca vi ninguém amar o próximo

Sem necessidade de a si mesmo

Pensei na minha memória ultrapassada

No teu contexto desesperado

De ler e rir de um acaso que foi teu

Em maldita hora, eu ajudei

A quem eu nunca me quis amar

Para confundir-se quem é

Com aquilo que nunca se foi

Por nunca ter me visto face a face

Nem perguntado: por onde fui parar?

Marcelo Luna
Enviado por Marcelo Luna em 30/04/2011
Código do texto: T2940948