UMBRAL DO TEMPO

No umbral do tempo o silêncio

nunca quebrado, eterno, lânguido,

vivenciando o imenso vazio

na infinita potência do absurdo

Nada respira, corações não latejam

olhos não enxergam pois inexistem

o nada se multiplica zilhões de vezes

há somente escuridão, brumas

Tudo flui por esse umbral impassível

todavia a vida por ele se esvai

como se água escoando frenética

nos buracos negros da eternidade

Impossível escapar-lhe das garras

é o inevitável verdadeiro, concreto,

a certeza absoluta de que escapar

é verbo que por ele não desliza

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 09/10/2011
Reeditado em 22/10/2011
Código do texto: T3265763
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