Paradoxo Existencial
Como entender o ser humano; Deseja o fim e no fim
o começo. Na verdade nosso paradoxo reside entre
as belezas do início e do fim e suas tristezas parentais.
Todo começo é um fim; todo fim um novo começo...
Nessa mistura de prazeres e sensações rola em face
uma lágrima, mas de que? Por que choras? A alegria
que te move, a saudade que te faz lembrar ou um
o mistério futuro que irá desvendar?
Essa lágrima de fato desce a ladeira da saudade.
Nela não há volta sabemos que o passado não se
reconstrói e cada momento é único, singular e
plural. Portanto, choro das alegrias vividas e
também dos sofrimentos que em minha alma
transbordam.
Não há...
Nada volta, ficam as imagens, fotos e lembranças
e a eterna saudade. Lembranças tão marcantes
que a aprisionamos em nossa alma, em nosso espírito.
Em seguida vem a lembrança do novo? Como lembrar
aquilo que não se viveu ainda. Os outros viveram...
Sofremos com o novo, ele é assombroso e
ao mesmo tempo encanta, atrai, ascende a chama do
profano, divino e desbrava. O desconhecido!
Resguardados no medo ficamos... O Passado é mais
tranqüilo é fonte de confiança, mas também de estática.
Nada muda. Idéias, pensamentos, pessoas, valores.
Tudo na mesmice do igual.
Nessa guerra tenebrosa escolhemos os dois caminhos,
porém só a um vetor. O que me resulta o que me faz?
Nesse ciclo da vida no qual, somos alimentados pelo novo
e algemados pelo passado, somos animais encarcerados,
lutamos contra nós e contra a corrente buscando no fundo
desvendar a águas misteriosas do que foi, do que há e
de tudo que poderemos um dia encontrar.