TEIAS DOS PRAZERES

Estou incrustado nas teias dos prazeres

Pela entropia desse destino indistinto

Os resquícios de toda gama de incertezas

No mosaico de cicatrizes feitas na distância

Congenial aos nossos próprios desapegos

Unidos pela engrenagem do inusitado

Por nossas transpirantes transposições

Imergindo meu olhar em tuas profundezas

A ruptura entre o que foi o que será ante o que é

Inobstante a alucinação de minhas sólidas certezas

Tento vedar as labaredas que afluem das incertezas

Onde flertam díspares argumentos e reflexões

Talvez provocadas por minha escrita piegas

Contida nessa minha linguagem dissoluta

Onde tento fomentar algo que não desconheço

Mas não tenho a exata dimensão do que venha a ser

Apenas sinto em mim tua indescritível ascensão

E delicia-me essa corporificação de ti em meu interior

Tornando-me impermeável ás agruras do distanciamento

Pelo casmurro modo de ser de minhas inexatas elucubrações

Tateio tuas fontes e tuas formas insinuantemente rubras

E queimam nossos corpos nossas línguas incandescentes

Ardorosamente matamos nossa sede de nós mesmos

Alimentamo-nos assim de nossas próprias fantasias

Cavaleiro e dama de aço de inesgotável voracidade

Feito máquinas humanas soltos no espaço de prazeres

Numa cópula incessantemente ligada por tua erótica voz

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Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 20/04/2012
Código do texto: T3624105
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