Em mundos alternativos
Em mundos alternativos eu seria monge,
seria um retirado do mundo,
minha alma seria devotada a Deus,
teria sábios conselhos para dar
e faria sermões muito eloqüentes.
Em mundos alternativos eu seria um burro,
carregaria peso pelas estradas
movido pelo meu dono
e não reclamaria dos açoites,
saciando-me quando fosse hora de beber água.
Em mundos alternativos eu nem teria nascido,
seria poeira cósmica a vagar pelo espaço sideral,
estaria ainda no âmago do ser infinito espiritual,
permaneceria no silêncio das potencialidades,
não existiria enfim.
Em mundos alternativos
a vida seria outra
porque infinitas são as possibilidades.
Assim como o número de universos
na mente do homem.