DEVANEIO...

(foto – colagem do autor)

VOU CAMINHANDO, E NA TRILHA QUE FAÇO,

ME VEJO ENTRE TRÊS DISTINTOS PLANOS;

À FRENTE UM ENEVOADO CENÁRIO, EM QUE

ENTRECHOCAM-SE AS INTERROGAÇÕES DO FUTURO.

VOLTO PARA TRÁS O OLHAR E ME DEPARO

COM PAINEL MULTICOR , CRIAÇÃO ABSTRATA.
 

MIL RECORDAÇÕES ALEATORIAMENTE TECIDAS

ONDE, EM RASGOS DE LUZ, AVULTAM UMAS,

ESMAECEM OUTRAS, MAS NÃO MORREM.

A CADA PASSO DADO, DESPRENDEM-SE DE MIM

FARRAPOS D’ALMA, E SE FUNDEM AO MOSAICO

QUE, GRAVE E SOTURNO, ME ACOMPANHA.
 

ACIMA DE MIM, QUAL CLARABOIA CELESTE,

UMA NESGA DE AZUL IMACULADO E BELO,

O PORVIR, MESMO TENUAMENTE, ALUMIA,

DEIXANDO-ME ANTEVER OS VERDES TRAÇOS,

DA IMORREDOURA E FUGIDIA ESPERANÇA,

QUE VAI À MINHA FRENTE, SEMPRE DISTANTE,
 

LEVADA, TALVEZ, PELOS MEUS PRÓPRIOS PASSOS.

AO MEU LADO DESFILAM SOMBRAS ESCURAS,

INDISTINTAS, QUE ME ULTRAPASSAM E SE DESFAZEM

NA BRUMA DO TEMPO, PROCURANDO RESPOSTAS

ÀS INCÓGNITAS DO FUTURO, PERSEGUINDO VEREDAS...

NO MEU SOLITÁRIO CAMINHAR, ABSORTO, LOUCO,
 

EM ETERNA DÚVIDA QUE ATORMENTA E FERE,

PROCURO UMA VISÃO QUE ME NORTEIE,

QUE ME LEVE, ENFIM, A UM CLARO ALBOR,

MAS, A CADA PASSO QUE DOU, LEVO COMIGO,

ALÉM DA INCERTEZA DO AMANHÃ, QUE ME MAGOA,

UMA ENORME SAUDADE DO PASSADO.

 

(não deixe de ler o colega Ayres Koerig)

paulo rego
Enviado por paulo rego em 04/07/2012
Código do texto: T3760270