INSPIRAÇÃO PELAS FLORES

01 Oh! Jesus!

Onde estarão meus louvores?

Sinto angustias na alma,

Por não ver os Teus favores.

Não te alongues de mim;

INSPIRAI-ME PELAS FLORES

02 A mais perfumada delas,

de celestial fragrância,

é tua voz, ó Jesus Cristo

que à alma crente descansa,

quando as tormentas aumentam

tal perfume trás bonança.

03 Ao inspirar-me louvores

aprofundo em Ti meu ser,

numa espécie de oração,

num papel a escrever,

aumentando-me a esperança,

que podes me socorrer!

04 Bem sei, ó mestre querido,

das Tuas reais ações,

que dão favorecimentos

aos que elevam orações,

aceite, pois meus cantares

como santas petições.

05 A minha felicidade

depende da Tua mão,

aceitando estas palavras

e tendo de mim compaixão,

serei bem-aventurado,

e livre da tentação.

06 Minhas lágrimas testificam

Tua presença divina,

dando ao meu espírito

a inspiração desta rima.

pela qual quero louvar-Te

pois em Ti tenho estima.

07 Bendito, És ó Senhor,

devo sempre proclamar,

e a todo meu semelhante

eu quero de Ti falar,

anunciando Teu ser

que rege o céu e o mar!

08 Tua visita me faz

sentir do céu o perfume,

pois Tua presença santa

tem essência que resume.

É a Tua real grandeza

que nos livra do queixume.

09 Glorifico-Te ó mestre

de todo meu coração,

principalmente quando as lágrimas

dos meus olhos cai ao chão,

são princípios dos mistérios

de minha adoração!

10 Aceitai ó Jesus Cristo

minha analécta escrita,

como sendo um roteiro

que Teu nome glorifica,

embora em rimas pobres

mas és Tu que me incita!

11 Talvez pareça ser fácil

compor a Ti uma canção,

mas quantas guerras enfrento

com dores no coração.

ao me sentir tão pequeno

Sem forças pra esta ação!

12 Senhor, como amo

e aprecio Tua lei,

Tua palavra, ó mestre,

é a FLOR que sempre amei,

com lágrimas eu confesso,

que sempre Te adorarei!

13 Quando olho o infinito

com estrelas cintilando,

lembro-me da Tua guia,

uma luz iluminando,

os caminhos de um peregrino,

que vive em ti meditando!

14 Em minhas andanças na terra

por lugares desconhecidos,

vejo no brilho do sol

Teus poderes percebidos,

Que do infinito vem,

Sobre Teus favorecidos.

15 Se a chuva cai serena

ou em grandes tempestades,

sinto Teu grande poder

fazer a realidade,

traduzindo ao pensamento,

Tua grande integridade.

16 Ah! Senhor meu Deus!

sou mui fraco e pequeno,

por isto, ó grande rei,

muito de Ti dependo,

sem Tua celeste ajuda

aos poucos vou perecendo!

17 Mas graças sempre darei

por sentir os Teus favores,

sinto isto em mim’alma

quando escrevo Teus louvores,

todas as portas se abrem

para entrar os Teus valores!

18 Vou, pois nas meditações

compondo nas linhas retas,

palavras que Te exaltam

singelas, porém discretas,

nas quais faço-Te meus rogos

tendo esperanças certas.

19 A mais sublime ciência

é Teu santo nome louvar,

são como flores de um jardim

com seus perfumes no ar,

certamente o jardineiro

delas vive a cuidar.

20 Transformai, ó querido mestre

este poema em flor,

e o entendimento da escrita

em fragrância de valor,

vindo ele Te agradar:

envia-me Teu favor!

21 Corre, pena, no papel;

escreve ao grande Rei,

exaltai a Jesus Cristo,

e também a sua lei,

magnificando o Criador

a quem sempre honrarei!

22 Volvendo meus pensamentos

aos movimentos na terra,

dou glórias a Jesus Cristo

pois que me livra da guerra,

não me deixa perecer

sua sombra me encerra!

23 Sou, pois, sempre ocultado

de todos meus inimigos,

que procuram destruir-me

com escalas de perigos,

mas Jesus Cristo, meu Rei,

sempre me faz socorrido!

24 Ao mestre Santo e querido,

entrego os meus cuidados,

mesmo vivendo no mundo,

pelas lidas, massacrado

mas tendo sempre a certeza

que o Senhor está a meu lado.

25 Sinto-O em meu pensar,

e em toda filosofia,

vejo-O no Universo

e em toda geografia,

mesmo em meio ao mar

onde o vento faz a via!

26 Sinto na flor perfumada

a existência de Deus,

no jardim da Sua graça

estão os domínios Seus,

em todos meus pensamentos

há participação dos Teus!

27 Se nas flores tem perfume

em meu pensar tem louvores,

ainda que criticados

mas são eles os valores

que ofereço a Jesus Cristo

em troca de Seus favores.

28 Bendito sejas, ó Deus

e Jesus Cristo, o Senhor,

dou glórias de coração

com escrita e com labor

são exercícios da mente

que de Deus me é penhor.

29 Ao andar pelos arraiais

De minhas peregrinações,

Vou contemplando a existência

E suas composições,

Tudo é mistério do céu

Pra minhas meditações.

30 No cantar dos passarinhos

Sinto Deus ser exaltado,

Também no vento eu percebo

Que Deus é glorificado

Só me resta ser também

Um instrumento afinado,

31 Para Te louvar, Senhor,

Com toda dedicação,

Pois se tudo na existência

Tem tamanha gratidão,

Eu devo também fazer

Minha participação.

32 Ao ver as águas correntes

Nos riachos a arrulhar,

Sinto o Mestre Divino,

Meu coração visitar,

Traduzindo-me a esperança

Que de mim está a cuidar.

33 Quer no cantar do vento

Ou o trovão ribombando,

Sinto a presença de Deus

Do mundo sempre cuidando.

Bendito pois, seja Deus

Que a vida vai me dando!

34 A esperança em mim cresce

Ao saber que no futuro,

Hei de ver o grande Rei

Em cuja glória eu seguro,

Para subir ao céu,

Quando me fizer ser puro.

35 O vento, a luz e os montes

São fontes de meditações,

Até as folhas das plantas

Mostram de Deus as ações,

Tudo que meus olhos vê

São Dele as criações.

37 Dou glórias em pensamento,

Ao vasculhar a grandeza,

Deste mundo variado,

Sendo de Deus a riqueza,

Tudo a Ele pertence,

Dele é a realeza.

38 Finalizo este cantar

Como um salmos de adoração,

Traduzindo ao Senhor,

Que O amo de coração!

E que meu leitor também

Tenha essa contemplação.

39 Santo, santo, és Senhor,

Aceitai o meu louvor.

Não mereço, pois bem sei

Que sou fraco e sem valor,

Já que vivo neste mundo,

Com injustiça e temor!

40 Ah! Quem dera, eu pudesse

Ter asas para voar,

Voaria até o céu,

P ara meu mestre encontrar,

E perto Dele eu queria

Dar-lhe glórias sem cessar!

Isolino Coimbra "O Peregrino de Luzirmil"