Semiconsciente

Por tudo que destruísse

Por tudo que consumiste

Pelo nada que deixaste

Pelo vazio que levasse

Pelas entranhas que expuseste

Pelos males que causasse

Pelas desculpas que não pedisse

Pelos problemas que permitisse

Pelos amores que desfizeste

Pelas intrigas que provocaste

Pelas conquistas que desistisse

Pelos favores que não fizeste

Pelos fracassos que tivesse

Pelos desafios que não enfrentasses

Pelo bem que maldaste

Pelo mal que bendissesse

Pelos risos que negasse

Pelas lágrimas que não derramasse

Pelas portas que trancasse

Pelas pragas que rogasses

Pelos caminhos que não percorresses

Pelas mãos que não estendesse

Pelos segredos que revelasses

Pelos desejos que controlasses

Pelos desprezos que tivesses

Pelos carinhos que não desses

Pelas esperanças que abortasses

Pelo egoísmo que semeasses

Pelas estradas que não caminhasses

Pelos rancores que plantasses

Pelas alegrias que contivesses

Pelos temores que implantasses

Pelo desamor que mantivesses

Pela covardia que estimulasses

Pela desarmonia que espalhasses

Pelas fantasias que não acolhesses

Pelas heranças que não deixas

Pelas lembranças vazias

Pela vida vadia

Morreste e não sabias.

Paulo Augusto Menezes
Enviado por Paulo Augusto Menezes em 08/06/2013
Código do texto: T4330796
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