VIGÍLIA
 
Enquanto durmo, sou parênteses
n'um sono profundo
parágrafo que se desdobra,
em ilha se revela... Janela.
 
Enquanto durmo, sou reticências
ponto de partida ou de chegada
barca que embala emoções
e abarca o sol da madrugada.
 
Enquanto durmo, fecho aspas
levito meus sentidos em profusão
em cores entrecorto meu mundo
vasto pequenino mundo em combustão.
 
Enquanto durmo, sou interrogação
entre pausas, pautas e pousos
no rosto d'imperfeição
as lições da vida que ouso.
 
Enquanto durmo, sou exclamação
travessão, parágrafo, interrogação
vírgulas, reticências, dois pontos
verso reverso do meu borrão.
 


JP 29082013
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Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 23/09/2013
Código do texto: T4494364
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