Ah, a criação...

Espalhando-me por todos os cantos:

Papéis jogados, tintas e restos de tintas,

lápis, grafite, pena, pincéis, jornais,

telas, livros, recortes,

mesa, luzes, pastas, materiais.

Tudo em volúpia,

tudo demais

e nada em estagnação.

Tudo em um fluxo,

uma corrente viva de criação.

Experimento, assim,

pelo meu trabalho,

uma transcendência.

Algo novo a roubar a cena,

a me fazer alguém em ascendência.

É a verve que me toma

como a um cálice de vinho

numa golada só,

de alguém que se compadece

da morte de alguém querido, oh dó!

Com ela vou fundo no meu labor

Esqueço do tempo, esqueço da dor,

lembro somente do meu caminho.

É aí que um novo trabalho surge

e me vejo de novo em desalinho.

Assim é arte, assim é a vida.

Estamos sempre com o coração na boca,

para depois criarmos algo em profusão

e já com a alma novamente desconjuntada,

encontramo-nos de novo em grande excitação.

Ah, a criação...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 12/04/2014
Reeditado em 12/04/2014
Código do texto: T4766277
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.