Antiga inocência
Violinos tão altruístas
Com suas vozes agudas
Choram mágoas alheias
Derramando um pranto seco
Que inunda meu ser
Ao ponto de me afogar
Em minha própria tristeza
Venham minhas crianças
Contem-me sem medo
Revelem suas dolências
Cantem em coro
No ritmo do meu coração
A mensagem antiga
Que nesses estranhos tempos
Não pode ser mais entendida
O que lia-se antes nos poemas
Está infelizmente perdido
Revelem-me o que não é mais escrito
Sussurrem o que não é mais lido
Ainda que as mãos estejam inaptas
Ainda que os olhos estejam cegos
Ainda há ouvidos
Atentos para os antigos mistérios
Da inocência desse mundo