Antiga inocência

Violinos tão altruístas

Com suas vozes agudas

Choram mágoas alheias

Derramando um pranto seco

Que inunda meu ser

Ao ponto de me afogar

Em minha própria tristeza

Venham minhas crianças

Contem-me sem medo

Revelem suas dolências

Cantem em coro

No ritmo do meu coração

A mensagem antiga

Que nesses estranhos tempos

Não pode ser mais entendida

O que lia-se antes nos poemas

Está infelizmente perdido

Revelem-me o que não é mais escrito

Sussurrem o que não é mais lido

Ainda que as mãos estejam inaptas

Ainda que os olhos estejam cegos

Ainda há ouvidos

Atentos para os antigos mistérios

Da inocência desse mundo

Filipe Magalhães
Enviado por Filipe Magalhães em 31/05/2014
Reeditado em 31/05/2014
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