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sereno

sinto-te porque meu corpo
rasga a cortina do teu corpo

caio no calabouço dos olhos
tateando a escuridão
e tua umidade faz aluvião
na vagueza do chão. 
mata-me a sede 
em cada poro
uma gota de ti adentra
e me afoga sem ruídos
que digam de tua presença .

o vento te respinga sem cheiro.
te revira sem contornos
noite adentro
te deitando em arvoredos
crepusculando gotas
nas pontas dos dedos 
acolho-te 
em pétalas 

em pétalas 
de segredos.
MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 17/10/2014
Código do texto: T5002094
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