As máscaras

Quando pensas que depuseste a tua máscara

conservas várias outras encobrindo tua face.

Elas sobrepõem-se de tal maneira,

que no momento em que te livras da primeira

ainda restam todas as demais...

Sob a luz da inconsciência, nem percebes

o simulacro em que mergulhas, absorto...

(julgando ser aquela, a única...)

E, no entanto, nada deixas entrever

da face real, a que encobres a ti e aos demais...

Escondendo tua essência

aos olhos curiosos e maledicentes.

Peço-te: deposita todas elas

sobre o móvel e deixa-te apenas ser (e estar).

Ao menos por uma fração de segundo

Teu eu profundo, teu ser primordial, a alma-criança

A Rosa Mística do teu coração

Tua alma ingênua e nua...

Entrega ao acaso teus adereços...

E deposita no tempo teus medos...

Segue sem as vestes do ego...

E, nu, serás, ao final, tu próprio!

Ruiva da Noite
Enviado por Ruiva da Noite em 03/06/2007
Reeditado em 02/09/2020
Código do texto: T511730
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