Épico de guerra
Sob florestas uivantes
Um grito que ecoa dos confins do nada
Entre sombras antigas e esquecidas em meio às árvores
Mensagens cósmicas de algo não vivo te forçando a agir
E nessas noites congelantes de vento ululante
Nessas madrugadas vazias de sentimentos
Nesse escuro renovador banhado pelos raios de uma lua ausente
Onde tambores evocam os sinais da guerra contra si mesmo que está por vir
"levantem seus estandartes e marchem para o abismo"
E por dias intermináveis marchando entre cadáveres
Cavalgando entre os montes frios da perdição
Sem destino
Sem um por que
Apenas pelo pequeno e singelo ato de "andar", de "não parar"
Os raios que como trombetas ecoam sobre nossas cabeças
A chuva que se fez presente apenas como mais um obstáculo
As tochas acesas que nunca iluminaram
As espadas sujas que nunca serão polidas
O brilho nos olhos que nunca mais retornará
E aqui me vejo à beira do penhasco
Em punho sonhos e esperanças
Minha garganta já se rasgando com o fulgor da batalha
Em companhia daqueles que escolhi como "meus"
A tempestade as minhas costas...o baque seco no vazio como um martelo
Os braços erguidos em sinal de honra àqueles que morreram para que eu pudesse viver
Meu pequeno desafio e embate contra aquele dito dono da verdade