RELIGION TRASH.

RELIGION TRASH.

Irmãos, não pisem na grama?

E nem caçoem de mim...

Murcham o jardim do meu adro

Borram a pintura do quadro.

Só não quebrem o meu querubim,

E o amor que ainda tenho em mim.

Aqui pisam marinheiros.

Desse mundo de Deus.

Rasgaram minha batina.

Sorveram o vinho que dei.

Forçaram o meu sacristão.

Ficar de quatro pra três.

Os três as cinco se foram.

Deixando saudade e baderna.

Sujaram a minha batina.

Um tombo quase me aleija.

Na frente da da sacristia.

Cagaram na minha igreja.

Por isso eu peço, não pisem...

Na grama do meu jardim.

Sonhei com Cristo descendo.

O dedo em riste pra mim.

Censura no seu olhar.

Rezou uma missa sem mim.

E foi-se na luz do destino.

Deixando aqui um cretino.

Um sacristão desviado.

E um coroinha safado.

Pisou na vil fantasia.

Gritou nossa hipocrisia.

As vezes no monte da fonte.

Minha ereção, doce sina.

Meu banho é uma angústia.

Tua imagem, minha culpa.

E por isso eu peço, não pisem...

Na grama do meu jardim...

...Pois eu o quero florido.

Pra quem joga pedras em mim!

Honorato Falcon
Enviado por Honorato Falcon em 09/06/2007
Reeditado em 17/06/2012
Código do texto: T520078