A Cura do Reino

"Enquanto ao castelo escuro 

Gemente da dor e sofrimento, a rainha

Em luto adentrava o pensamento 

Das estrelas submissas ao impuro.

Aos passos certos findou o portal 

Fugindo em busca da crua verdade

Perseguindo A cura da realidade.

O mundano realismo previnia, 

Em desolação nada ali crescia. 

As cinzas caiam em tons chuvosos

Dos Mortos já em vida chorosos.

Aos passos cansados e feridos

Caindo no abismo do medo e fervor,

Sucumbindo a violência com horror.

Ao deitar na lama da vergonha, da pele

Em flagelos percebia a luz que brilhou

De cores vivas, as duas almas em linha

Contínua ao corpo nu, o afeto já bastou. 

Ao corpo em tormento íntimo,

Curando da escuridão e infelicidade, 

Revivendo a pureza e a cumplicidade.

Então elevado o corpo ereto, revigorado,

A dama seguia ao castelo amaldiçoado, 

Em retorno despedia das crianças e purificada

Tocava as alianças em pele empregnada.

Aos passos milagrosos em magia,

Prosseguindo ao lar transmutada,

Corrigindo o mal cinzento, da cor elaborada

Em paz reinando as luzes da felicidade

Não mais ofuscada, a majestade

Evoluindo a saber que a cura encontrou

Em terreno fértil o povoado todo acalentou."