Dos teus olhos, o céu.

O brilho quente e transversal

Atravessou o céu aflito,

Descoberta as estrelas

Iluminavam o céu com vigorosa prata

Os sons divinos do vento e a cavalgada

De imponentes passos de outrora

Traziam a vaga beleza do passado

Que reside, ainda, naquele chão...

Mesmo que silenciosa.

Rubra aurora às 3 horas da manhã

O céu corria no seu ciclo deslumbrante e mutável

A lua viajante escorria na face azul-escura do céu,

A nuvem como um negro véu,

Encobria pequenos feixes de luz vermelha

Misturavam-se ao reluzir agora dourado da grande lua

A estrada à direita

Os trilhos à esquerda

E nós ao centro de tudo

Era tarde e a noite fria

Os 14 arrepios lhe subiram à face

E sem disfarce irrompeu-se o fogo

A superfície rígida da frieza

Em sangue fervente tomou goles de certeza

Porém, teus olhos evitavam os meus.

Palavras curtas e domadas

Segurei tuas mãos para que não receasse os olhos meus

O abraço foi terno e intenso e fechado

Ora queimava como brasa fervente

Ora singelo e perfumado como leve fagulha em incenso

Os corpos se ergueram e as mãos foram entrelaçadas.

Caminhamos em direção à luz

(Que assim seja sempre esta mesma intensidade

Com que a sinceridade nos conduz)

Nos fixamos entre as pedras, via férrea e escuridão

A iluminação da rua nos reduz

Pudemos ser um só na mesma cruz

E tudo se tornou mais leve e fértil

O deserto interno tomou caminho incerto

Já não existia inverno.

A lua, vermelha e cansada, descia

Deveria estar querendo nos deixar a sós:

Éramos nós

Abaixo das estrelas dançando sob a estrela cadente que surgiu

Eu queria apenas pedir a realização da eternidade

Então dançamos lentamente

Sob o tapete brilhante da natureza

Silhuetas no trem de Santa Thereza...

Céu, nós e mais ninguém

Depois, é muito para se descrever

E não quero repartir este segredo!

Só vos digo:

desejo,

Desejo,

DESEJO!

Hora de partir, separação de uma unidade

União da satisfação com um medo infantil

Na leveza do sonho concretizado

Ainda com um resquício de humanidade febril

E uma infinidade de sonhos ainda a serem realizados

A preencher qualquer vazio.

Natália Camargo Dutra
Enviado por Natália Camargo Dutra em 06/07/2015
Reeditado em 06/07/2015
Código do texto: T5302213
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