Permuta

Eu troquei.

Troquei mesmo.

Troquei tanta indecisão,

troquei aquela insegurança toda

e os milhares de "e se" por abrir mão ou me arriscar nalguma queda

Troquei tanto silêncio incerto, por um barulho absoluto

E tanto barulho incerto, por um silêncio absoluto.

Dei uma passagem só de ida para tanto talvez

E de tanto turbilhão, me transformei em imensidão

Soltei muitas mãos, e nenhuma, sem razão

Joguei num incinerador o medo que ele me trouxe

Fiz questão de virar as costas para a sua indiferença

Troquei tanta discussão sem sentido por meia ironia seca

Troquei tanto agir imaturo pela caminhada em maturidade

Troquei os meio-sentimentos

Troquei os meio-pensamentos

Troquei os super julgamentos

Troquei toda sorte de sentimento rabugento

E troquei o meio amor

Me percebi em meio à hipertrofia dos sentimentos

A vida ensina, a dor molda, e a alma...

A alma cria asas! E as asas, trazem cores.

E hoje

"Há apenas o alívio de algumas amarras

Para seguir novos ventos é preciso coragem

é preciso soltar as âncoras

Novos ventos só trazem mudanças se soltamos as âncoras.

É preciso uma urgência de viver.

Não um viver de urgências.

Não existe o sozinho quando conhece a si mesmo."

Obs.: Há, no poema, uma citação, cujo autor se chama Matheus Jacob.

Débora Cervelatti Oliveira
Enviado por Débora Cervelatti Oliveira em 06/11/2015
Código do texto: T5439318
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