12 Vidas

Sou o pior dos homens

O pior das mulheres

O pior dos gatos.

Transito cambaleante pelo infindo constante

Da inconstante reta adornada de esquinas e becos

Quantas saídas!

Eu sempre fico.

Sou sempre o último a abandonar o barco...

... quantas vezes já não morri, e sei.

Se sou grato, sou à morte.

Se temo, tremo ao sentir o ácido odor do mar.

Sou o pior e o mais mesquinho dos gatos.

Te salivo como se me lavando estivesse. E estou.

Transito cambaleante sobre a fria corda do teu pendão –

Imaginário.

Imagina só... Se te reviro do eixo, ficais de pé.

Morra a vida do moribundo.

Viva a morte dele!

Muito há de se aprender

E muito em que se enganar.

Combóie a tal seta, a mesma que não sigo.

O cruzeiro brilhante é a referência daqueles que bebem.

E o sorriso... Ah, o sorriso....

O sorriso é o não esquecimento.

Pena ser tão vívido quanto o choro.

Se dormi. Não haverás de perceber.

Se chorei. Não haverás de saber.

Porque eu sigo só no caminho convexo.

Vivendo e morrendo as 12 vidas do moribundo e da criança.

Sou o pior dos gatos

Eu odeio gatos.