Ao Rei Afobado

Ao rei que tenha assim nascido

Sobre o amparo da afobação

Que não tenha enfim crescido

Deve ouvir minha contemplação:

Não lhe dê um próspero reino

Nem mesmo a beleza do castelo

Ele faz das mãos um martelo

Nada que ele fizer será algo leino.

O bom rei não enxerga fronteiras

Nem mesmo o próprio horizonte

Ele analisa além das estribeiras

Soluciona males que vem aos montes.

Nasce sob o mal signo do fracasso

Incapaz de compreender a grandeza

Que a sutileza possa ser forte igual aço

Ele é cego ao ponto de alienar a gentileza.

Nem mesmo a morte deseja a presença

Pois o seu peso pode travar a carruagem

Exauridos os motivos para bemquerença

Só a pedido que ele fará esta passagem.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 22/04/2016
Código do texto: T5613440
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.