Despertar

dez anos de solidão

batem à madeira da porta,

condensados na eternidade

de uma tarde insólita.

o vento sopra lá fora,

e dentro das criações

este corpo amiúde

é a metáfora da dor.

nos dedos e palmas,

a pela confessa fissuras

de escolhas avessas.

tão óbvias, traduzem fatos

dos disfarces da clausura

na língua amarga da doença

a sombra fria da morte

persegue meus passos,

pés congelados trincam

e liberto um vulto sem corpo

pra nascer de novo

como crianças e sábios

que de braços dados brincam

e dormem sorrindo noite adentro

Jady Tariane
Enviado por Jady Tariane em 06/12/2016
Reeditado em 24/03/2020
Código do texto: T5845353
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