A Gênesi em Versos

A Gênese em Versos

I Dia

Vi uma luz radiante, explodindo no vazio.

Veio uma onda de frio, depois da onda de calor.

Ouvi ecos de louvor quando a Terra apareceu,

Foi então que os olhos meus, quase saltaram das órbitas,

A Terra sem forma e torta, era feia e vazia.

Havia escuridão, e luz ali não havia,

E a Terra flutuava sobre um enorme abismo.

No interior desta, sismos; e vi a Terra tremer.

Sim eu vi acontecer, vi uma Força infinita,

Que sobre águas pairava.

Quanto mais eu espiava, mais coisa tinha pra ver.

Vi a luz aparecer no meio da escuridão,

Assombrou meu coração, logo após um Haja Luz.

A Força então separou a luz das trevas que havia.

A luz chamou-a de dia, e as trevas chamou noite.

Tudo assim, de um só açoite, aos meus olhos que os via.

Vi então o entardecer, vi a noite acontecer,

Foi tarde e foi manhã, foi esse o primeiro dia.

II Dia

Moveu a força então, o seu infinito poder;

Fazendo acontecer segundo a sua vontade.

Oh céus; quanta novidade, que coisa impressionante.

Tudo ali, em um só instante, depois escrito em tábuas.

Havia ali muitas águas, tanto em baixo quanto em cima.

Dava pra encher muitas tinas, e a Força as separou.

As dividiu meio a meio; e fez brotar no seu seio,

Algo como uma expansão. Ah meu coração batia.

E a essa expansão, a Força chamou de céus.

Um emaranhado de véus, era como parecia.

Eu só sei que assim foi. E só sei que foi assim.

Direi o que veio depois, pode acreditar em mim.

Foi tarde e foi manhã. Ah sim, os meus olhos via.

Via tudo, e tudo enfim; e era o segundo Dia.

III Dia

A Força moveu-se então... Talvez; quem sabe; eu acho.

Juntaram-se as águas de baixo, todas em um só lugar.

Não da para relatar como isso aconteceu.

Quando a Força se moveu, uma porção seca surgiu.

A força a inquiriu, e lhe deu o nome de terra.

Mais ainda não se encerra, o que estava sendo feito.

O coração no meu peito batia desesperado.

E eu feito um desvairado, com meus olhos para os ares;

Vi a Força dar um nome as águas que se juntava.

E o nome que lhes dava. Ela as chamou de mares.

Vi de o nada aparecer toda espécie de planta

Era de beleza tanta, a brotarem sobre a terra.

Beleza que nunca se encerra, era tudo o que havia.

Era o que meus olhos viam. Foi tarde e foi manhã.

E aquela Força titã criou o terceiro Dia.

IV Dia

Vi uma cortina de véus espalhando-se no infinito.

Como aquilo era bonito, em estrelas se fazendo.

Os céus todo preenchendo, eram tantas; aos milhares.

E os meus olhos nos ares, extasiados em delírio;

Era fantástico o brilho dos belíssimos luminares.

Aquilo como um colírio, deixava-me a pupila nua.

A Força criou Dois mais. E os dois foram se indo.

Era lindo era lindo; um o sol, e o outro a lua.

Um governava a noite, o outro governava o dia.

Oh sim, meus olhos os via. Foi então tarde e noite.

Essa é a pura verdade na manhã do quarto Dia.

V Dia

Coisa impressionante o meu ser presenciou.

A Força de todo Amor, fazendo surgir a Vida.

Uma coisa sem medidas, que toda a Terra encheu.

Em todo o seu apogeu, permeou mares profundos;

Se espalhando no ar em variadas espécies.

Toda beleza do mundo, os céus trovejando preces.

De louvor e gratidão. Batia o meu coração,

Disparado e disparando.

E eu ali abismado, extasiado a olhar;

Pássaros de toda forma pelo céu a revoar.

Vida nascendo no mar, em espécies abundantes,

E borbulhante de vida a Terra toda se encheu.

Nada, nada se perdeu. Nada, nada se perdia.

Em toda parte surgia forma e espécie variada.

A Vida sendo criada em toda a sua beleza.

Nascia a Natureza, e era tudo o que havia.

O céu se encheu de pássaros e de tudo que voava

A terra se povoava de toda forma de vida;

O mar já dava guarida a milhões de outras formas.

Não restou nenhuma borda que não fosse preenchida.

Foi assim que aconteceu. E os meus olhos os via.

Foi tarde e foi manhã; e já era o quinto Dia;

VI Dia

Então veio uma ordem, e foi a Força que a deu.

Tudo, tudo aconteceu, conforme a sua vontade.

E a ordem na verdade era que se procriassem;

Que toda a Terra enchesse, de vida e em abundância.

Não era uma esperança, era sim uma certeza.

E toda a natureza, assim se encheu de glória.

Assim nascia a história, assim nasceu nossa herança.

Da qual temos a lembrança, que essa história encerra.

A ordem que citada, dizia assim, eu bem o sei.

Crescei e multiplicai-vos, e espalhem-se pela Terra,

E a ela toda enchei. Mas não tinha acabado;

Ainda estava por vir. O pico da criação não estava terminado.

A Força determinada, e os céus dizendo amem,

Criou o primeiro homem, da terra o fez sair.

A Força ao lhe esculpir como o labor de um oleiro,

Soprou em suas narinas, o barro então veio à vida.

Nascia o homem primeiro. Belo sadio e saldável;

Exemplar admirável de toda a criação;

E por ser feito da terra, e ser o primeiro homem,

Recebeu então um nome, e se chamava Adão.

Imagem e semelhança trazia o homem à herança, da Força que o criou.

Mas a Força todo Amor, próprio de sua natureza,

Dígna e gravada em estela, lançou sobre o homem um sono.

E dele tirou uma costela, E o céu em uníssono soava no horizonte;

Reverberava bem distante, em glórias de muito louvor.

E foi da Força e do Amor, acredite se quiser,

Que foi feita e bem perfeita; que a Força fez a mulher.

E sobre os dois então lançou uma ordem conhecida;

De procriarem a vida, e a tudo dominar.

Rei e Rainha da Terra, do céu próximo, e do mar.

E toda a Terra encher, tornar-se grande nação;

Fazendo a procriação, cumprindo a ordem da Força.

Que todo o mundo me ouça, digo com exatidão.

O homem não estava só, até que voltasse ao pó,

De onde ele provinha; e tudo era bom e belo;

Formava-se um grande elo, a mulher jamais sozinha.

Com seu parceiro amado destinado ao futuro,

Oh sim, eu afirmo e juro, pois era assim que eu via.

Veio a tarde e a noite, e era o sexto Dia.

VII Dia

A Força que a tudo deu vida, e que a tudo criou;

O fez por sua vontade, e a tudo fez por amor.

Pelo poder da palavra tudo fez aparecer,

Tudo fez acontecer no passar de sete dias.

Tudo que não existia e que ninguém imaginou;

A tudo a Força deu vida; e essa Terra querida,

Lar de todo ser vivente, no espaço flutuando,

É para nós um presente, da Força que nos criou.

A tudo fez com louvor. E ora, ora quem diria.

No final do sétimo Dia, a Força também descansou.

PS.

E para finalizar, essa exuberante história,

Que na memória eu guardo;

E fico assim no aguardo de que alguém acredite.

Mas saiba que tudo isso, eu li, e depois sonhei.

Depois então rabisquei em letras versos e proza.

Essa aventura gostosa, não fui eu que a inventei.

Esta narrada em um livro, que atravessando os tempos,

Mudando temperamentos, tornando a crença em fé;

Termina assim colocando a humanidade em pé.

Creio não faltei com a ética, de em poesia contar,

E esta história narrar, A Gênesis, versão poética.

(Farias Israel-jun/2017-SP)

Farias Israel
Enviado por Farias Israel em 26/06/2017
Reeditado em 26/06/2017
Código do texto: T6037879
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