HOMEM-CORAÇÃO

Aquarela nômade que rapta

a estrela solar para adornar o

gestual. Homem-coração,

metáfora de sensibilidade

que não hesita em ser:

fusão de moinho e espiral,

resume o Vento infinito

na luminosidade do olhar.

Homem-coração, sal

nunca temente

de imperceptível

se tornar, mas

no outro está,

encharcando essências

da nitidez do Incognoscível.

Homem-coração,

engenheiro do sobrenatural,

talha a própria história

entre molduras áureas de

um raro Ideal. Entremeado

de âmago e ação; pêndulo

de ternura que o poeta

exalta com legitimação.

Homem-coração,

instrumento fidedigno

do qual flui a canção;

abastado do capital

que a César não

se dá. Mas o de

brilho inigualável,

aquela fração de olhar,

que o Criador distingue

por saber que lá está.

Rafael Gustavo Vieira
Enviado por Rafael Gustavo Vieira em 20/08/2017
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