"O olho do furacão"

"O olho do furacão"

Nesta inquietação que me cerca, me vejo no olho, no olho do furacão.

Quando pensas que sou, eu já era

Quando pensas que estou, sou saudades

Quando imaginas que eu quero, nem posso ver

Quando achas que me encanto, sou desencanto, desapontamento, decepção

No fundo, no fundo eu sou raso, tão raso que umedeço os teus pés

Por vezes, tão inesperadamente profundo que posso te afogar

Afinal quem eu sou eu neste mundo?

Uma folha que o vento facilmente leva, ou um tronco tão forte que resiste ao mais intenso vendaval

Sou bem, sou bondade, sou mal, sou maldade

Sou um pouco do muito, o muito do pouco

A sobra do desperdício, a reserva da despensa

A consciência do ajuizado, a loucura do leviano

Sou dos meses o ano, das estações o parâmetro, inverno, primavera, verão, outono

Quando frio, o agasalho, quando calor o despir sem pudor

Sou o prazer, sou a dor

Sou a caneta que brinca no papel, que escreve poesia, que fala de amor

Sou o variável estado de humor, hades ou paraíso, inferno ou céu, mas pra quem me conhece de perto sou simplesmente Lael.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 29/04/2018
Código do texto: T6322249
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