Sempre, sempre o mais difícil...
Gostaria de, neste instante, ter um momento de paz. Fechando os olhos. Ouvindo música. Imaginando-me não ser e não fazer parte daqui.
Pense...pense...pense...
Migre para um local onde possa ter sua mente implacavelmente intacta.
Imagine...imagine...imagine...
As dores do reconhecimento são parcelas do total domínio da alma sobre o corpo. É sempre o mais difícil fazer aquilo que os outros não fazem e não imaginam poder existir, um mundo à parte, fragmentos de uma consciência suprema que foi dilascerada para um bem maior, sempre o mais difícil.
É duro, ver o que ninguém mais vê e através dos mesmos olhos, mas, com visões diferentes... Enxergar através do espelho, visualizando um mar repleto de paz...
É ameno sentir a dor em sua intensidade mais leve em vista ao caos, à perda de sentido geral, ao contentamento vazio, à busca pela figura embaçada que exibe seu contorno numa parede em meio a uma penumbra.
Fogo que arde sem se ver, pois as chamas são invisíveis, aos olhos dos trapos encardidos e desumanos...
Sempre, sempre o mais difícil...