Noturno de Julho

Quem pede alegria à alma dos homens?

Os deuses de barro?

Os jardins secretos?

Onde a seiva para fazer algum sonho florescer?

Queria o lugar sagrado do meu primeiro passo

para deitar raízes e me erguer como um carvalho.

Ou o espelho do meu primeiro sorriso

para eternizar aquele raio de sol do meu rosto.

Renascer como renasci daquelas primeiras lágrimas,

que jamais saberei quem provocou e quem confortou.

A alegria parece ser aquela senhora confusa,

que não sabe mais o nome da pessoa, nem da rua

e apenas carrega no coração um abraço semi adormecido.

Entre um e outro ponteiro do relógio,

a necessidade premente de se domesticar

para voltar a ter fé e esperança.

Nos jardins secretos, nada indica o caminho

a não ser o tempo de Deus.