CHAMA
Moça, um dia tu perceberás que a poesia é invisível.
E ela é ar... Como tu...
Que és vasta sem saber, essencial como sentir...
Os sentidos como fios conectando ao imenso...
Da montanha ao odor da lavanda...
Porém, a percepção interior, a chama pura no candelabro de diamante.
O gesto da brisa como a textura de sorrir. Faz-nos ver que não somos vistos.
Por mais que andamos para atrair o desejar.
O Real interno contradiz o altar onde se adora a frágil deusa beleza.
Sobram a cinza e a tristeza...
Entretanto, a luz daquela chama, límpida e
fundamental, não cansa de sussurrar:
Vinde e serás livre se amar.