NIRVANA

Desfaço dos caminhos das confusões e falsas certezas...

E o que sobra de tudo isso?

Apenas uma simplicidade desconcertante

E um desapego irreversível

Em face de um mundo

Consumidor de vaidades e mesquinharias.

Desapego-me de sofrimentos inúteis,

Contemplando a luz abençoada do dia

Em inexorável calma de espírito.

Hoje eu quero me tornar

Tão brando como um mar sereno!

E espontâneo como um rio pacífico, de águas cristalinas!

Pois em mim tem emergido uma luz repentina

Que desfaz todas as bagunças da minha'alma

E os turbilhões das grandes tormentas

Para que eu possa seguir

O caminho da busca do meu próprio ser

E o propósito para uma vida de autentidade.

Aniquilei os monstros internos

E as figuras de morte de todos os dias.

Aprendo a cada dia a contemplar a doçura

No sorriso das crianças,

Bem como o perfume de minha paz interior

Obtido através de tantas vitórias solitárias.

O sofrimento em mim só permitiu

Que eu pudesse ainda mais

Exalar o perfume do amor

Que rompeu com as barreiras

Do ódio, do tédio e da ganância,

E despertar a vocação de uma missão na vida.

Reconstrui em mim um edifício

Inabalável contra a impermanência da vida.

Ele é constituído pelos meus valores,

Ideias, ideais, amores sinceros

E de uma convicção espiritual

Que dispensa longas elocubrações.

As minhas alegrias

Acontecem na minha aproximação

Da luz da verdade. E do divino no meu ser.

É essa centelha divina que vem ao meu encontro

Em dias de orações e silêncios

E em instantes de compreensões profundas da existência.

Sobrevoo os ares de uma nova realidade,

Deixando de lado as ansiedades

E indo avante na direção

De um horizonte de sentido

Que faz me sentir mais inteiro,

Na força de minha complexa integridade.